domingo, 22 de julho de 2012

A Seleção do Tempo [2]


Matéria para a Reunião de Palestra do mês de Maio

1 Buda Excelência da Grande Sabedoria Universal: descrito no sétimo capítulo do Sutra de Lótus, “Parábola da Cidade Imaginária”, como aquele que ensinou o Sutra de Lótus no passado inconcebivelmente distante. Em A Seleção do Tempo, Daishonin diz: “No passado, quando o Buda Excelência da Grande Sabedoria Universal apareceu no mundo, ele passou um período de dez kalpa pequenos sem pregar um único sutra” (WND, v. 1, p. 538).
2 Maitreya: um bodhisattva que, segundo as predições, sucederia a Sakyamuni como um buda do futuro. Em A Seleção do Tempo, Daishonin esclarece: “O Bodhisattva Maitreya reside na corte interior do céu Tushita por um período de cinco milhões e seiscentos e setenta mil anos, esperando o momento de seu advento no mundo” (WND, v. 1, p. 538).


A época certa para vencer é agora

Compreender o tempo na prática


O ato de compreender o tempo é agir de acordo com o direcionamento do mestre. Então, se o Buda Nitiren Daishonin clama a seus discípulos, que somo nós, precisamos, independentemente das circunstâncias e das adversidades, compreender que este é o tempo ideal e propício para atingir a iluminação. Sua e das pessoas à sua volta.

Explanação do presidente Ikeda sobre este trecho:


“Sempre que Toda Sensei via a notícia de um conflito em alguma parte do mundo ou de um desastre no Japão ou em outro lugar, ele se afligia com o infortúnio das pessoas afetadas. E renovava sua determinação de propagar a Lei Mística de modo que esse sofrimento jamais voltasse a acontecer. De todo coração, ele desejava erradicar o sofrimento da face da Terra e manteve esse comprometimento até o fim da vida. Para mim, isso sempre sintetizou o espírito de um genuíno líder da Soka Gakkai.”

“Como posso ajudar àqueles que estão sofrendo uma miséria humilhante diante de mim?” “Se não entrar em ação agora, quando o farei?” Percebendo que a época havia chegado, Toda Sensei decidiu assumir a liderança do Kossen-rufu com toda coragem. Ele declarou: “A razão fundamental para o surgimento do Buda Nitiren Daishonin neste mundo foi para ajudar as pessoas de todo o Japão — ou melhor, de toda a Ásia e certamente do mundo inteiro — a se tornar felizes com o ensinamento do Nam-myoho-rengue-kyo.”

“Constantemente, penso em como devemos propagar este ensinamento humanístico pela felicidade das pessoas e pela paz mundial, e tenho traduzido minhas ideias em ações. Sobretudo, ao longo de cinquenta anos, assumi total responsabilidade pelo Kossen-rufu e me empenhei com toda seriedade para transmitir o espírito de Daishonin ao mundo. Assim, sempre prestei muita atenção ao tempo, e escolhi também o momento mais apropriado para entrar em ação, exatamente como ensinado neste escrito.
Como discípulo de Jossei Toda e como ser humano, tenho trabalhado incansavelmente por um mundo sem guerra. Supero incontáveis obstáculos para unir os povos e as nações, construindo pontes de paz por meio da confiança e da amizade. Pelo meu exemplo, procuro demonstrar aos meus jovens discípulos que, compreendendo o tempo, realizando ações de acordo com ele e reunindo a força das pessoas de todas as partes, deixamos definitivamente um legado duradouro de criação da paz.
Agora é o momento de a Soka Gakkai manter a sólida base do Kossen-rufu que construiu no Japão e no mundo inteiro.

Vamos refletir:
Após estudar este trecho do escrito, leia e comente de acordo com o seu coração.

Impulso para a ação
Agora que aprendemos um pouco sobre A Seleção do Tempo, é hora de fazer acontecer:
com muita alegria:
• Aproveite a Campanha de Maio para atuar com força total na propagação do budismo.
• Encontre-se com as pessoas e fale entusiasticamente sobre o budismo.
• Faça novos amigos.
• Convide seus amigos e vizinhos para as próximas reuniões.
• Tenha o sentimento sincero de transmitir a felicidade para todos ao seu redor.

Conclusão do mestre


“Uma reflexão ainda mais importante estava no fato de que os Últimos Dias da Lei constituem o tempo em que é necessário continuar a proclamar o ensinamento correto a fim de conduzir todas as pessoas à iluminação, independentemente de sua capacidade ou da oposição que tais esforços possam suscitar. Como Daishonin estava profundamente ciente disso, ele dava a máxima importância ao tempo. Neste escrito, ele discute sobre o fator do tempo bem mais detalhadamente.”

1 Buda Excelência da Grande Sabedoria Universal: descrito no sétimo capítulo do Sutra de Lótus, “Parábola da Cidade Imaginária”, como aquele que ensinou o Sutra de Lótus no passado inconcebivelmente distante. Em A Seleção do Tempo, Daishonin diz: “No passado, quando o Buda Excelência da Grande Sabedoria Universal apareceu no mundo, ele passou um período de dez kalpa pequenos sem pregar um único sutra” (WND, v. 1, p. 538).
2 Maitreya: um bodhisattva que, segundo as predições, sucederia a Sakyamuni como um buda do futuro. Em A Seleção do Tempo, Daishonin esclarece: “O Bodhisattva Maitreya reside na corte interior do céu Tushita por um período de cinco milhões e seiscentos e setenta mil anos, esperando o momento de seu advento no mundo” (WND, v. 1, p. 538).

domingo, 20 de novembro de 2011

Espírito de gratidão (2ª e última parte)

Na prática, ou seja, na vida diária, de que forma podemos saldar os débitos de gratidão, conforme ensinado pelo Buda Nitiren Daishonin?
Por ter a boa sorte de abraçar o ensino do Nam-myoho-rengue-kyo, devemos recitá-lo diariamente “sem poupar a própria vida”.
Em um diálogo sobre o Sutra de Lótus, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, explica o conceito de praticar a Lei Mística “sem poupar a própria vida”: “O ensino fundamental do Sutra de Lótus e do Budismo Nitiren expõe que as pessoas comuns — exatamente da forma como são — devem viver como seres humanos, declararem-se seres humanos e empreender sinceros esforços em prol da felicidade das outras pessoas. Essa atitude equivale a dedicar-se totalmente à luta, levantar-se contra as adversidades. Isso é o que significa praticar sem poupar a própria vida”. (Brasil Seikyo, edição no 1.544, 19 de fevereiro de 2000, pág. A3.)
Ou seja, é viver desafiando a si mesmo, enfrentar corajosamente as próprias fraquezas em meio à realidade da vida diária.
A recitação do Nam-myoho-rengue-kyo engloba a “fé” e a “prática”. A “fé” é um desafio pessoal que implica orar com total convicção o Nam-myoho-rengue-kyo, ou seja, recitar diariamente o Gongyo e o Daimoku. E a “prática” refere-se a recomendar essa recitação a outras pessoas para despertar nelas o desejo de praticar o Budismo Nitiren. Portanto, “sem poupar a voz” significa recitar e propagar o Nam-myoho-rengue-kyo com toda a convicção, realizando o Chakubuku (ensinar o Budismo a outras pessoas) de forma incansável visando a felicidade de si e de outras pessoas, independentemente de quem sejam.
Em uma carta endereçada a seu jovem discípulo, Nanjo Tokimitsu, o Buda Nitiren Daishonin conta a história de um menino chamado Vitoriosa Virtude que, não tendo nada a oferecer ao Buda Sakyamuni, moldou um bolo de lama e ofereceu-lhe sinceramente. Devido a esse nobre sentimento, esse menino nasceu em uma existência posterior como o rei Asoka. Nitiren Daishonin declara: “No entanto, o Buda Sakyamuni ensina que a pessoa que faz oferecimentos ao devoto do Sutra de Lótus nos Últimos Dias, mesmo por um único dia, receberá benefícios cem, mil, dez mil, um milhão de vezes maiores do que se tivesse oferecido incontáveis tesouros ao Buda por um milhão de kalpas”. (The Writings of Nichiren Daishonin, pág. 1.097.)
Referindo-se a essa história, o presidente da SGI, Daisaku Ikeda, afirma que as pessoas que se dedicam em prol do Kossen-rufu estão diretamente ligadas a Nitiren Daishonin, e os benefícios serão tão imensos que não há como medi-los.
Avançar ininterruptamente com o mestre sem se abalar pelos obstáculos e maldades que tentam tirar a alegria de viver pelo grande ideal de concretizar o Kossen-rufu é também uma forma de retribuir os débitos de gratidão.

Espírito de gratidão (1ª parte)

No escrito “Retribuição aos débitos de gratidão”, o Buda Nitiren Daishonin observa: “A velha raposa jamais esquece a colina onde nasceu; a tartaruga branca retribui a gentileza que havia recebido de Mao Pao. Se mesmo criaturas inferiores sabem o suficiente para agir assim, então os seres humanos deveriam fazê-lo muito mais!”. (As Escrituras de Nitiren Daishonin, vol. 4, pág. 17.)
Neste escrito, Nitiren Daishonin nos ensina a importância de retribuir à dívida de gratidão com os pais, o mestre, os três tesouros do budismo e o soberano, também conhecidos como “os quatro débitos de gratidão”. Algumas fontes citam o débito de gratidão com todos os seres vivos.
Ele ressalta a importância de saldar o débito de gratidão como uma atitude fundamental do comportamento humano. Enfatiza especificamente a dívida com o mestre e afirma que, para retribuir tal dedicação, a pessoa deve compreender o budismo e atingir a iluminação. Para isso, ela deve se dedicar com determinação à prática budista sendo que, para atingir a iluminação, deve também praticar o ensino correto. Mas qual é o ensino correto?
Os Três Tesouros constituem um importante princípio que se refere aos três elementos essenciais que definem a linhagem de uma doutrina budista. Servem para analisar se a linhagem do budismo está sendo transmitida de acordo com o ensino do fundador.
Os Três Tesouros são: Tesouro do Buda, que se refere ao próprio Buda; Tesouro da Lei, que corresponde ao ensino revelado pelo Buda; e Tesouro do Sacerdote, que se refere ao discípulo ou à ordem budista que herda, transmite e propaga a Lei ou o ensino do Buda. No Budismo Nitiren, o Tesouro do Buda refere-se a Nitiren Daishonin; o Tesouro da Lei, ao objeto de devoção (Gohonzon); e o Tesouro do Sacerdote, a Nikko Shonin, o sucessor imediato de Nitiren Daishonin.
O termo honzon, de Gohonzon, é uma denominação genérica de diversos tipos de objetos de devoção adotados por diferentes religiões. Como uma maneira para indicar de forma específica o objeto de devoção inscrito por Nitiren Daishonin, colocou-se o prefixo de tratamento go, que denota respeito, consideração, honra etc.
Existem muitos grupos religiosos que se dizem seguidores do Budismo Nitiren. Por isso, a aplicação do critério dos Três Tesouros é a forma mais correta para julgar a legitimidade deles.
Além da fé e da prática, o budismo dá ênfase ao estudo para que as pessoas não sigam cegamente uma doutrina que não corresponde aos critérios dos Três Tesouros. Ao estudar os escritos de Nitiren Daishonin, os leigos chegam à conclusão de que Nitiren Daishonin é o Tesouro do Buda, que o honzon inscrito em 12 de outubro de 1279 é o Tesouro da Lei e que Nikko Shonin é seu legítimo sucessor, ou Tesouro do Sacerdote. Portanto, o Gohonzon que os membros da SGI abraçam pertence à linhagem de Nikko Shonin, isto é, refere-se ao Gohonzon transferido por Nitiren Daishonin para ele, o Tesouro do Sacerdote. A Soka Gakkai é a única associação de leigos budistas dos tempos atuais que perpetua os Três Tesouros do Budismo Nitiren.
(extraído do site da BSGI (textos acessíveis somente para membros da organização Brasil Soka Gakkai Internacional)

domingo, 31 de julho de 2011

Os Dez Estados de Existência

 

O budismo classifica em dez categorias ou estados de existência as condições sempre mutáveis da vida. Este conceito é chamado de Dez Estados da Vida (Jikkai).

1. Estado de Inferno (Jigoku)
2. Estado de Fome (Gaki)
3. Estado de Animalidade (Tikusho)
4. Estado de Ira (Shura)
5. Estado de Tranqüilidade (Nin)
6. Estado de Alegria (Ten)
7. Estado de Erudição (Shomon)
8. Estado de Absorção (Engaku)
9. Estado de Bodhisattva (Bosatsu)
10. Estado de Buda (Butsu)

Os Dez Estados indicam os dez estados que uma única entidade de vida manifesta com o passar do tempo. O fator principal na condição essencial dos Dez Estados é a sensação subjetiva experimentada pelo “eu” nas profundezas da vida, a reação a coisas e fatos externos que disparam a oscilação entre esses estados de vida.

1. Estado de Inferno (Jigoku): É o estado em que as pessoas são dominadas pelo impulso de destruir e de arruinar a todos, incluindo a si próprias

2. Estado de Fome (Gaki): É o estado dominado por desejos egoístas e ilimitados de riqueza, fama e prazer, os quais nunca são realmente satisfeitos.


3. Estado de Animalidade (Tikusho): Nesse estado, as ações são direcionadas para a autoconservação e o benefício imediato, segue-se a força dos desejos e dos instintos, faltando sabedoria para controlar a si próprio.

4. Estado de Ira (Shura): Estando consciente de seu próprio “eu” mas sendo egoísta e impelido pelo espírito competitivo de dominar, a pessoa não consegue compreender as coisas como são exatamente e menospreza e viola a dignidade dos outros. A maldade é o estado de Ira.

5. Estado de Tranqüilidade (Nin): A serenidade é o estado de Tranqüilidade. Esse é o estado em que se consegue controlar temporariamente os próprios desejos e impulsos fazendo uso da razão, levando uma vida pacífica em harmonia com o meio ambiente e com as outras pessoas.

6. Estado de Alegria (Ten): É a felicidade que se experimenta da satisfação de um desejo ou de uma luta vitoriosa.


Os seis estados, do Inferno à Alegria, são manifestados por meio de impulsos ou desejos, mas são totalmente controlados pelas restrições impostas pelo ambiente e são também extremamente vulneráveis às circunstâncias instáveis. Ambos surgem da relação entre a vida e os fatores externos que a rodeiam.
Por essa razão, quando o equilíbrio da vida é perturbado, a tranqüilidade e o contentamento inevitavelmente se afundam no estado de Inferno, Fome, Animalidade ou Ira.


A função do budismo é despertar nas pessoas para a realidade máxima da vida que se encontra sob os desejos e impulsos para que possam manter conscientemente o equilíbrio na vida. Em alguns casos, as pessoas compreendem essa realidade por meio dos ensinos de seus antecessores e em outros tentam compreendê-la intuitivamente pela observação dos fenômenos naturais. O estado de vida do primeiro grupo é chamado Erudição, e o do segundo, Absorção.


7. Estado de Erudição (Shomon): O estado de Erudição é uma condição experimentada quando se empenha para conquistar um estado de contentamento e de estabilidade duradouro por meio da auto-reforma e do desenvolvimento. De forma concreta, Shomon é o estado no qual a pessoa dedica-se a criar uma vida melhor pelo aprendizado das idéias, conhecimento e experiências dos predecessores e contemporâneos.

8. Estado de Absorção (Engaku): Esta condição é semelhante ao estado de Erudição, uma vez que ambos indicam o empenho para a auto-reforma. No entanto, o que distingue o estado de Aborção do estado de Erudição é que em vez de tentar aprender das realizações dos predecessores, tenta-se aprender o caminho para a auto-reforma por meio da observação direta dos fenômenos.


A Erudição e a Absorção surgem quando a pessoa tenta conscientemente compreender a verdade máxima da vida. No entanto, se os esforços forem direcionados apenas para o auto-aprimoramento, qualquer verdade obtida nunca deixará de ser apenas parcial.

Cada forma de vida está inseparavelmente ligada a todos os outros seres e coisas no Universo porque a realidade máxima da vida que sustenta todas elas é una com a vida do Universo. Conseqüentemente, na tentativa de obter uma visão completa e global da verdade da vida, as pessoas devem compreender primeiro que elas não podem existir separadamente dos outros seres vivos e depois devem se identificar com as dores dos outros a ponto de empenharem-se totalmente para atenuarem os sofrimentos daqueles que estão ao seu redor.

9. Estado de Bodhisattva (Bosatsu): é a expressão da total devoção em ajudar e apoiar os outros e indica uma vida cheia de compaixão.

As pessoas dos estados de Erudição e Absorção tendem a carecer de compaixão, chegando a extremos na busca de sua própria perfeição. Em contraste, um bodhisattva descobre que o caminho para a auto-perfeição encontra-se unicamente no ato de compaixão — de salvar as outras pessoas do sofrimento.


10. Estado de Buda (Butsu): Essa condição é alcançada quando se obtém a sabedoria para compreender a essência da própria vida e da dos outros, a infinita compaixão para direcionar constantemente as atividades para objetivos benevolentes, o eu eterno perfeito e a total pureza da vida que nada pode corromper, que continua em perfeita harmonia com o ritmo do Universo e existe desde o infinito passado até o eterno futuro.


O estado de Buda é o estado ideal que pode ser atingido por meio da prática budista. Já que nenhum estado de vida é estático, não se pode considerar o estado de Buda como um objetivo final, ao contrário, essa é uma condição experimentada nas profundezas do próprio ser ao se empenhar continuamente com benevolência na vida diária.
Em outras palavras, o estado de Buda aparece na vida diária como as ações de um bodhisattva — boas ações ou atos benevolente.

Com a sincera recitação do Nam-myoho-rengue-kyo elevamos nossa condição de vida, pois ao recitarmos o Daimoku entramos em contato com o estado de Buda, estado que passa a nos acompanhar no dia a dia e assim ficamos quase que automaticamente em sintonia com os níveis de vida mais elevados, sem mesmo notarmos as suas variações e mudanças. Passamos a pensar, falar e agir com uma positividade que o universo registra... e responde. Negatividades, reclamações, falta de estímulo e outras situações do tipo passam a quase não mais fazer parte das nossas vidas até desaparecerem por completo.

Em uma de suas escrituras, Nitiren Daishonin fala da força do Nam-myoho-rengue-kyo da seguinte forma:
"O Nam-myoho-rengue-kyo é como o rugido de um leão. Que doença pode, portanto, ser um obstáculo?"

Texto compilado por Cesinha Chaves, em cima de material de estudos do Bloco Mandala, Barra, RJ
(extraído do site:http://www.budanaweb.com/2008/07/o-budismo-classifica-em-dez-categorias.html)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

DETERMINAÇÃO

Nitiren Daishonin afirma que:
A determinação, ou itinen, é algo que não pode faltar pois é o que possibilita a transformação de toda as circunstâncias a nossa volta.
Uma firme oração com a decisão de vencer qualquer obstáculo já é um grande passo para a vitória.
A sinceridade e a seriedade também são fundamentais.
As verdadeiras intenções, o que está no coração é o que direciona nossa mente e isso reflete em nossa vida como um todo.
Com que postura recitamos o Gongyo?
Será que o fazemos com o sentimento de estarmos participando de uma importante cerimônia diante do Buda Original?
Será que proferimos cada uma das palavras corretamente ou “fazemos de conta” que estamos realizando o Gongyo?
Como é o nosso Daymoku?
Será que realmente recitamos o “Nam myoho rengue kyo”, como aprendemos ao iniciarmos a pratica ou é só “algo” parecido com isso?
O que se passa em nossa mente quando oramos?
Todas as contas para pagar, o barulho da televisão, a poeira sobre os móveis, a posição das velas, ou realmente conseguiu ver a sua vida refletida no Gohonzon?
Com os ombros curvos e as mãos caídas, balançando as pernas, ou sentamo nos eretos, com as mãos firmimente unidas e olhando diretamente ao Gohonzon?
E o que enxergamos diante de nós?
Um simples pedaço de papel escrito ou significado de nossa existência e a nossa missão como Bodhisattvas da Terra?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Vida de Sakyamuni

Estou postando aqui o documentário The Life Of Buddha feito pela BBC que mostra a história do Príncipe Sidharta e a sua jornada espiritual que o tornou o Buda Sakyamuni, que significa literalmente Sábio do clã dos Sakya. E atendendo a pedidos, fiz uma versão com legendas em português que está hospedada no Vimeo.


As Nove Consciências

O budismo identifica nove tipos de funções espirituais de percepção, denominadas nove consciências.


Os cinco primeiros tipos são percepções sensoriais obtidas diretamente pelos cinco órgãos dos sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato.
Da sexta à nona consciência estão as funções perceptivas da mente.

A sexta consciência é o poder que integra os cincos sentidos e faz um julgamento de forma inclusiva. Por exemplo, diante de um objeto bonito, mas de péssimo odor, temos a tendência de rejeitá-lo imediatamente.

A sétima, denominada manas em sâncrito, representa o poder do pensamento. Em vez de criar um julgamento sobre o que foi percebido pelos cinco sentidos, nessa consciência procuramos encontrar uma certa ordem à luz das experiências vividas e das circunstâncias externas. Em outras palavras, é nessa consciência que existe a manifestação da razão, que é característica apenas dos seres humanos. Como resultado dessa consciência, manifestam-se os valores, conceitos e princípios que herdamos de outras pessoas, como nossos ancestrais, e o que aprendemos no dia-a-dia ou desenvolvemos pela busca de conhecimentos. Assim, por meio dessa consciência, manifesta-se a característica do ego, da discriminação, do auto-apego etc.

A oitava consciência é chamada de alaya, em sâncrito, e corresponder ao que a psicologia moderna denomina deinconsciente. Na consciência alaya, que significa repositório em sânscrito, acumulam-se todas as experiências vividas na forma de ações, pensamentos e palavras, do passado ao presente, ou seja, o carma. Dessa forma, mesmo que uma pessoa não se lembre do que fez em um passado próximo ou distante, tudo fica registrado nessa consciência e, de acordo com a lei da causalidade, não pode escapar da manifestação dos efeitos de todas as causas acumuladas.

Por fim, a nona consciência, denominada amala em sânscrito, significa imaculada. Ela encontra-se na parte mais profunda da vida humana, livre das impurezas que o indivíduo possa trazer como resultado de suas ações passadas e acumuladas na oitava consciência. Nitiren Daishonin elucida essa nona consciência como sendo o próprio estado de Buda, que se estende eternamente do infinito passado ao infinito futuro na vida de todas as pessoas.
Texto , Cesinha Chaves, feito em cima de matérias de estudo do Bloco Mandala, Barra, RJ